AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANALGÉSICO DO MAROPITANT EM CADELAS SUBMETIDAS À OVARIOHISTERECTOMIA ELETIVA
JULIANA TEIXEIRA DRUZIANI
RESUMO
A dor é uma experiência multifatorial complexa, que resulta em sofrimento e redução da qualidade de vida. Nesse sentido, o estudo de terapias alternativas para o controle da dor ganha destaque. Dessa maneira, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito analgésico do maropitant e da metadona isolados e em associação em cadelas submetidas à ovariohisterectomia. Os animais (n=24) foram distribuídas em três grupos conforme pré-medicação: META (metadona 0,5 mg/kg IV), MARO (maropitant 1 mg/kg IV) e MEMA (metadona 0,5 mg/kg e maropitant 1 mg/kg IV), seguindo modelo randomizado cego. Realizou-se ovariohisterectomia por cirurgião experiente padronizado como modelo de dor aguda visceral e somática. A anestesia foi induzida e mantida com propofol em infusão contínua. Avaliou-se grau de sedação após pré-medicação, ocorrência de sialorreia, dose de propofol para indução e manutenção, tosse à intubação orotraqueal, variáveis fisiológicas e número de resgates analgésicos, que foi realizado com fentanila (2 mcg/kg) no incremento de 20% da FC, FR ou PAS, mas plano anestésico adequado. As avaliações foram realizadas antes da pré-medicação, 10 minutos após indução, na incisão de pele e musculatura, ligadura dos ovários, corpo uterino e celiorrafia. No pós-operatório os animais foram avaliados durante 24 horas quanto aos parâmetros fisiológicos, dor por meio de escala análoga visual e escala de Glasgow, retorno do apetite e número de resgates analgésicos, que foi realizado com metadona (0,2 mg/kg IV) quando escore ultrapassava 30% do total das escalas. Quanto aos resultados, a mediana do escore de sedação em MARO (2) foi inferior ao META (4,5) e MEMA (6), e houve maior necessidade de propofol para indução (7,43 ± 0,8) e manutenção (0,67 ± 0,11) em MARO. Houve diferença entre os grupos quanto ao número de resgates analgésicos no transoperatório entre MARO (1,12 ± 0,64) e MEMA (0,12 ± 0,35). No pós-operatório não houve diferença significativa na avaliação de dor pelas escalas de VAS e Glasgow. Quanto ao tempo para retorno do apetite em horas e número de resgates no pós-operatório não foram evidenciadas diferenças significativas. Conclui-se que o maropitant isolado possui baixo efeito sedativo e analgésico para o transoperatório, mas melhor efeito quando associado a metadona. No pós-operatório a analgesia do maropitant isolado ou em associação a metadona foi semelhante ao da metadona.
Palavras-chave: Maropitant. Analgesia. Dor. Ovariohisterectomia.